quarta-feira, 21 de outubro de 2009

As Sinfonias


As sinfonias de Beethoven formam a parte mais conhecida de sua obra. São nove ao todo. A maior parte está na fase intermediária de sua criação, exceto a primeira e a última sinfonia. Entretanto, o musicólogo Paul Bekker classifica as sinfonias em dois grupos - as oito primeiras e a Nona. De fato, a Sinfonia Coral é um caso à parte, com sua enorme formação instrumental e o final com coro, até então inédito.

A Primeira Sinfonia, composta nos primeiros anos vienenses do compositor, está fortemente ligda à tradição de Haydn e Mozart. A segunda é uma obra de transição e já apresenta algumas das suas características pessoais.

Beethoven só encontraria sua linguagem sinfônica definitiva na Sinfonia no. 3, Eroica. Planejada para ser uma grande homenagem a Napoleão Bonaparte, que admirava, esta Terceira é uma obra grandiosa, de concepção monumental e temática épica. Porém a dedicatória napoleônica foi retirada quando este coroou-se imperador da França - Beethoven, decepcionado, alterou o programa da obra, incluindo uma marcha fúnebre "à morte de um herói".

A Quarta é uma sinfonia mais relaxada, conhecida por sua longa introdução, quase independente do restante da obra. Já a Quinta é a mais trágica das nove. Dita "do Destino", esta é uma sinfonia que faz a trajetória das trevas (os dois primeiros movimentos) para a luz (os dois últimos), de maneira original, que abriu precedentes na história da música (a Primeira de Brahms, a Segunda de Sibelius).

A Sexta Sinfonia, Pastoral, é outra ousadia. Organizada em cinco movimentos, cada um retratando um aspecto da vida no campo, abriu espaço para as experiências de Liszt e Berlioz no gênero da música programática.

A Sétima ficou famosa pelo seu movimento lento, um Allegretto pouco definido entre o elegíaco e o sombrio, que encantou compositores como Schumann e Wagner. A Oitava é seu par, e tem no terceiro movimento um minueto, o que é novidade - é a única que não tem um scherzo, o substituto beethoveniano do minueto de Haydn e Mozart.

Enfim, a Nona, talvez a obra mais popular de Beethoven. Sua grande atração é o final coral, com texto de Schiller, a Ode à Alegria. É uma obra que marcou época. Sem ela, seria difícil conceber as sinfonias posteriores de Bruckner, Mahler, e até a ópera de Wagner.

"Escutar atrás de si o ressoar dos passos de um gigante". A definição famosa de Brahms da Nona Sinfonia pode ser aplicada igualmente à toda obra beethoveniana, uma das maiores e mais profundamente humanas de toda história da música.

Os Quartetos


Beethoven compôs música de câmara durante toda sua vida, mas a parte fundamental de sua obra neste gênero seria o conjunto dos seis últimos quartetos de cordas.

Eles foram escritos nos últimos anos de vida do compositor e representam o ponto culminante de sua terceira fase de criação. São obras concentradas e profundas, cheias de recursos como a variação e a fuga.

O opus 131 é o mais ambicioso deles. Tem nada menos que sete movimentos, todos encadeados entre si. O primeiro é uma fuga muito lenta e expressiva, o quarto é uma sucessão de sete variações, e o último é um enérgico Allegro, que retoma o tema principal do primeiro. Portanto, apesar de sua grande extensão, é uma obra coesa.

Além deste, são importantes os quartetos opus 133, Grande Fuga, e opus 135.

Os Concertos


Beethoven escreveu cinco concertos para piano, um para violino e um tríplice, para violino, violoncelo e piano. Excetuando-se os dois primeiros para piano, todos foram compostos na fase intermediária, onde, de fato, encontra-se a maioria da produção beethoveniana.

Os dois primeiros concertos para piano são bastante característicos da juventude de Beethoven, e devem grande parte de sua linguagem à Mozart. Já o terceiro, composto em 1800, é uma obra de transição. Tem caráter mais sinfônico e é declaradamente sério e pesado, tendo muitas semelhanças com o Concerto no. 24 de Mozart (também escrito na tonalidade de dó menor).

O Concerto no. 4, composto seis anos depois, daria um salto ainda maior. Os movimentos externos são leves e tranqüilos, de profunda beleza e humanidade. Já o movimento central, Andante con moto, alterna o lirismo romântico do piano com intervenções vigorosas da orquestra (aqui reduzida às cordas graves), obtendo um resultado surpreendente até para Beethoven.

O último concerto para piano, conhecido como Imperador, tornaria-se mais célebre. É uma obra majestosa, de concepções grandiosas e de caráter tão sinfônico quanto o terceiro concerto, mas menos trágico.

Para violino, Beethoven escreveu o seu concerto mais popular. Obra belíssima, é dos concertos mais perfeitos já escritos para esse instrumento. Anteriormente, já havia o incluído no Concerto Tríplice, para piano, violino e violoncelo, herdeiro da sinfonia concertante à maneira de Haydn e Mozart e claro precursor do Concerto Duplo de Brahms.

As Sonatas



As sonatas para piano - 32 ao todo - foram para Beethoven uma espécie de laboratório, onde fazia experiências que seriam aproveitadas em outras formas. Elas se distribuem ao longo das três fases, mas as da segunda seriam as mais numerosas (dezesseis).

Beethoven fez grandes inovações na estrutura da sonata. Incorporou novas formas (fuga e variação), mudou o número de movimentos e sua ordem (colocou muitas vezes o movimento lento em primeiro lugar), aumentou seu escopo emocional.

Essas sonatas também acompanharam o desenvolvimento técnico do piano no início do século XIX. A princípio, eram destinadas, sem distinção, para o cravo ou para o pianoforte. Somente a partir da opus 53, Waldstein, que Beethoven deixaria claro a instrumentação: pianoforte. Exigente, o compositor costumeiramente ficava irritado com a limitação dos pianos de sua época, tanto que suas últimas cinco sonatas foram compostas especificamente para o mais avançado piano de martelo vienense, o Hammerklavier. A opus 106 ficou justamente conhecida por este nome.

Entre as onze sonatas do primeiro período, a mais conhecida é a opus 13, Patética, com sua introdução dramática e seu clima sombrio (a maior parte de seus temas estão em tom menor).

As sonatas mais conhecidas estão no segundo período - são a opus 27, Ao Luar, a Waldstein e a opus 57, Appassionata. A primeira delas, de modo inovador, inicia-se com um famosíssimo Adagio sostenuto, uma elegia de suave e sombrio romantismo, até hoje um dos trechos mais conhecidos de Beethoven. Já a Waldstein tem apenas dois movimentos rápidos (com uma diminuta ponte em andamento lento entre eles).

Embora mais originais, as sonatas do último período são as menos populares. A opus 106, Hammerklavier, de caráter monumental, é quase uma sinfonia para piano solo. Outras grandes obras-primas são as duas últimas, opus 110 e 111, de caráter quase romântico.

Suas obras

- Três Sonatas para piano Op.2 (1795)
- Concerto para Piano Nº1 em Dó maior Op.15 (1795) Concerto para Piano No.1 em Dó maior Op.15 (1795)
- Sonata Nº8 em Dó menor Op.13 [Sonata Patética] (1798)
- Seis Quartetos de cordas Op.18 (1800)
- Sinfonia Nº1 em Dó maior Op.21 (1800)
- Sonata Nº21 em Dó maior Op.53 [Waldstein] (1804)
- Três Quartetos de cordas Op.59 [Rassumovsky] (1806)
- Fidélio (1814)
- Missa Solemnis Op.123 (1823)
- Sinfonia No.9 em Ré menor Op.125 (1824)
- Quarteto em Lá menor Op.132 (1825)

Biografia




Conviveu com a música clássica desde a infância, pois seu pai era professor de música e tenor na corte de Bonn. Beethoven viveu uma época de transição musical, entre a era clássica e a romântica.

Aos 22 anos de idade mudou-se para a cidade de Viena (Áustria), onde construiu sua carreira. É autor de sonatas, quartetos, sinfonias e da ópera Fidélio, um de sus grandes criações. Em suas obras musicais passava um profundo sentimento e incomparável expressão.

Nos últimos anos de sua vida, sofreu de surdez. Mesmo com o problema de saúde, continuou criando lindas obras musicais. Faleceu em 26 de março de 1827, enquanto compunha sua 10ª sinfonia.

Uma de suas obras mais conhecidas é a 9ª Sinfonia, que até os dias de hoje, é tocada em várias situações. Ao lado de Bach e Mozart, Beethoven considerado um dos grandes compositores de música clássica de todos os tempos.